Formação do FADDA – Fraternidade de Apoio aos Dependentes Químicos de Angatuba
Em 1985 um grupo de voluntários em Angatuba, preocupados com as famílias dos dependentes de álcool, começam uma ação para internação dos casos mais graves.
O plano inicial era encaminhar os dependentes à Clínica Santa Helena, localizada na cidade de Garça, a cerca de 400 km de Angatuba. Porém alguns problemas como a distância e o transporte dificultavam muito a concretização da ideia.
Outro problema, e este sim impeditivo, era a questão financeira. A Clínica Santa Helena na época somente aceitava novos internos mediante ao pagamento de mensalidade ou vinculando o antigo INPS. Devido a essa condição, diversas pessoas não poderiam ser internadas visto que muitas não possuíam emprego nem tinham condições.
Mas o que fazer? A resposta parecia clara: vamos construir uma casa de recuperação em Angatuba!
O Sr. Valencio juntamente com Toninho Marques, foi conversar com o Sr. José Simões que, de maneira extremamente caridosa, doa ao projeto um terreno de cerca de 800 mts² no local conhecido como Residencial Simões, na periferia da cidade.
O FADDA começava a tomar corpo. O projeto de construção foi feito e a empolgação tomou conta do grupo, porém uma notícia triste abalou a todos: o padre Valencio veio a falecer e, com isso, o projeto fica estagnado por diversos anos.
Em 2003 assume o comando da Igreja Católica de Angatuba o Padre Luiz Antônio Machado. O Padre Luiz, como é conhecido, tomou ciência da iniciativa e adota o FADDA, reativando o projeto.
Diversas reuniões foram feitas para definir as bases sobre as quais o FADDA iria se erguer. Uma das decisões mais importantes foi a de vender o terreno e, com o dinheiro, adquirir um local afastado da cidade e maior.
Uma chácara no Bairro dos Marianos foi comprada e assim nasce a Chácara Nova Vida, sede do FADDA. O lançamento da Pedra Fundamental da construção se deu em 13 de fevereiro de 2005, cercado de muita alegria e esperança para os dependentes da cidade. Logo em seguida iniciou-se as obras graças à doação de material e mão de obra de diversas pessoas que acreditavam no projeto.
Foi construído uma casa com uma cozinha, refeitório, dois banheiros e um quarto de 48 mts² onde ficavam 8 beliches, também doadas.
E assim começamos nossa caminhada! Com recursos de doações, pequenos eventos, rifas e o voluntariado fomos aos poucos expandindo o atendimento e melhorando a estrutura. Esta pequena construção fica pronta e então partimos para cuidar da parte documental. Eram necessários alguns certificados e ter um coordenador formado pela Federação Brasileira das Comunidades Terapêuticas – FeBraCT.
Depois de muita luta foi acertado os documentos e começou os atendimentos. Inicialmente tratávamos apenas dos dependentes de álcool, mas hoje ampliamos para outras dependências.
Firmou-se uma parceria com a Prefeitura Municipal de Angatuba que fornece um repasse financeiro em troca de vagas para casos encaminhados pelo CAPS.
Laboterapia + Oração
A laboterapia, ou terapia ocupacional, tem se mostrado uma ferramenta valiosa no tratamento da dependência química. Ao envolver os pacientes em atividades produtivas e significativas, essa abordagem contribui para a recuperação de diversas formas.
Como a laboterapia funciona?
A laboterapia parte do princípio de que o trabalho pode ser um poderoso agente de transformação. Ao ocupar o tempo e a mente dos pacientes, as atividades propostas ajudam a reduzir a ansiedade e o desejo pela droga. Além disso, a sensação de realização e propósito que o trabalho proporciona contribui para a autoestima e a construção de uma nova identidade.
Benefícios da laboterapia:
- Desenvolvimento de novas habilidades: As atividades propostas na laboterapia permitem que os pacientes desenvolvam novas habilidades e competências, aumentando sua empregabilidade e preparando-os para uma reinserção social mais eficaz.
- Fortalecimento de vínculos: O trabalho em equipe e a interação com outros pacientes promovem o fortalecimento de vínculos sociais e a criação de um ambiente de apoio mútuo.
- Melhora da autoestima: Ao vivenciar a sensação de produzir algo útil e ser reconhecido por isso, os pacientes experimentam uma melhora significativa na autoestima e na autoconfiança.
- Reestruturação da rotina: A laboterapia ajuda a reestruturar a rotina dos pacientes, substituindo o tempo livre, muitas vezes associado ao consumo de drogas, por atividades produtivas e saudáveis.
Tipos de atividades:
As atividades propostas na laboterapia podem variar de acordo com as características de cada paciente e as disponibilidades do centro de tratamento. Algumas atividades comuns incluem:
- Horticultura: O cultivo de plantas proporciona contato com a natureza, desenvolve a paciência e a responsabilidade.
- Cozinha: A preparação de alimentos promove a autonomia e o cuidado com a saúde.
- Manutenção: Tarefas de limpeza e organização contribuem para a criação de um ambiente mais saudável e agradável.
A importância da laboterapia no tratamento:
A laboterapia não substitui outras formas de tratamento, como a psicoterapia e a farmacoterapia. No entanto, ela representa um complemento valioso, oferecendo aos pacientes a oportunidade de desenvolver novas habilidades, fortalecer vínculos sociais e construir um futuro mais promissor.
12 Passos para o Cristão
Os 12 passos para os cristãos são uma abordagem que combina os princípios dos Doze Passos com a espiritualidade da Bíblia. O objetivo é que os cristãos possam trabalhar com o programa dos Alcoólicos Anônimos (AA) em nome de Jesus Cristo.
Os 12 passos da sobriedade cristã são:
Admitir, Confiar, Entregar, Arrepender-se, Confessar, Renascer, Reparar, Professar a Fé.
O programa de Doze Passos foi criado nos Estados Unidos em 1935. Os princípios fundamentais dos 12 passos do AA incluem:
- Admitir a impotência perante o álcool
- Buscar um poder superior
- Fazer uma busca moral e espiritual
- Admitir erros e defeitos de caráter
- Buscar o perdão
- Fazer reparações
- Manter contato com um poder superior
- Ajudar outros alcoólicos em recuperação